Festival do Rio: SUKIYAKI WESTERN DJANGO



Takashi Miike é conhecido pelo exagero, pela abusiva violência e por colocar humor onde não estamos acostumados a ver. Para quem não conhece o diretor, com estranheza, as gargalhadas são arrancadas da platéia que estava no ápice da tensão. Todas as características de Miike estão no longa e dessa vez a direção foi feita de uma forma diferente, um método mais "americano". Não me refiro ao fato do filme ter características da terra do Tio Sam e ser falado em inglês, mas ele é construído como outros filmes americanos. A montagem não joga a favor, pois se assemelha demais a filmes do gênero, mas a excelente direção rebate a altura.

A viagem de fazer um western com características nipônicas, como casas tradicionais, vestimentas e personagens orientais aliados a um deserto, músicas de faroeste e uma cenografia muito trabalhada para casar dois mundos completamente opostos e uma produção cenográfica maravilhosa que dá um ar diferente a história convencem o espectador. A trama se foca em dois clãs que lutam brutalmente por um tesouro e expulsaram quase todos os moradores do vilarejo. Quando um atirador solitário aparece, os dois clãs lutam por ele e o jogos de interesses começam, mas por sorte temos uma história paralela a essa guerra, que se foca na vingança é de longe, muito mais interessante. Volta e meia uma passagem poética aparece para o espectador respirar no meio de tantas explosões. Prepare os seus ouvidos.

Existe uma certa aproximação com Kill Bill, não pelo roteiro, mas pelo lado estético.Pois Tarantino mantinha suas influências aliado a sua escola americana, algo que Miike faz de forma oposta. Outra ligação lógica é a presença do diretor Quentin Tarantino no filme, fã de Takashi Miike assumido.

Sukiyaki Western Django carece de profundidade para ser diferente dos outros filmes do gênero, como o próprio Kill Bill ou como Rob Zombie fez em Rejeitados pelo Diabo, pois banhos de sangue, tiros e explosões aparecem nos cinemas semanalmente. Mesmo que tenha uma ordinária história no seu subtexto, que é prejudicada pela narrativa e montagem, ele não desce goela á baixo. Miike acaba julgando sem querer seus personagens, de uma forma muito sutíl. Mas de qualquer forma, serve como um bom divertimento, muito mais que assistir a décima parte de uma franquia de milhões de dólares.

★★

Sukiyaki Western Django (Idem, Japão, 2007) de Takashi Miike

Um comentário:

  1. Tipo de filme pro Daniel ver.1º Preciso ler com calma todos os posts que não li;2º Gostei do novo visual do Blog!3º Só isso. :E:*** beijos!

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