A FESTA DA MENINA MORTA


Até onde os seus hábitos são certos e os meus são errados? O que uma doutrina e valores impostos e até mesmo criados podem fazer pelo escape de tamanha dor e vazio sob um povo sofrido? A Festa da Menina Morta do estreante na direção Matheus Nachtergaele vai além de um retrato sofrido da população brasileira e os embala sob questões espirituais e da necessidade de se apoiar em algo e alguém.

É um filme que também faz pesar a quem está assistindo. Matheus usa as duas pontas de uma gangorra na mesma cena por diversas vezes e coloca o espectador em cheque para qual lado seguir, dando a opção de você ser um sádico ou não. Se estamos sob a manta espiritual que guia o filme ou pela carne, aumentando nossas dúvidas sobre a conduta de Santinho, vivido pelo excepcional Daniel de Oliveira.

Sob um jogo de câmera esplendido, tão delicado e faz o espectador se mover e por vezes sob um nauseante estado de espírito, o filme consegue passar pelo que modelo de desdramatização ala Tchekov, mas também, vai além e utiliza de metáforas nada agradáveis aos olhos e um lado introspectivo, criado por sua construção narrativa.

A Festa da Menina Morta no fim das contas é o canto de desespero por uma vida melhor, pois sem opções, quem não olharia para o passado ou quem não inventaria histórias? É um retrato de um país tão perdido como o nosso, mas que precisa ter provações a todo o momento.

Mesmo que passe pela excentricidade e pelo exagero diversas vezes, o filme tem uma peculiaridade e ele não passa dos limites no que é mais valioso pro filme: A fidelidade com os costumes do povo.  Debaixo de uma direção coesa e almejando um futuro como diretor, Nachtergaele nos brinda como um filme mais do que necessário para o cinema nacional, indo além de um padrão e de uma linguagem já saturada.
 
★★★★
 A Festa da Menina Morta (Idem, Brasil, 2008) de Matheus Nachtergaele

2 comentários:

  1. Acho que temas complicados podem não ter o impacto desejado nas mãos de um diretor errado, mas estou muito curioso para ver o que o Nachtergaele fez atrás das câmeras.

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  2. Fui assistir ao filme "a festa da menina morta" e sai decepcionada. O diretor não consegue dar conta da história que quer contar (e que na sinopse parece bem interessante). Acho que daria melhor um curta que um longa. A direção é falha e as cenas se perdem desde o início do filme com imagens coladas na tentativa de fazer um pastiche pós-moderno. Só que o diretor e o roteiro, infelizmente, não conseguem dar conta do recado. O filme se salva apenas pela presença de alguns atores

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