APENAS O FIM


Talvez pela ousadia, coragem e toda história que o cerca tenha levado o longa do estreante Matheus Souza a entrar no circuito de festivais com a tendência de cair no gosto do público. E assim foi feito. Apenas o Fim levou o Prêmio do Júri Popular no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo. Matheus fez seu filme em poucos dias, com ajuda de sua faculdade onde estuda cinema e que também serviu de locação do filme.

Mas na verdade o filme oscila bastante e deixa claro: É um filme de apostas. Aposta na estética, nos movimentos de câmera e no roteiro atrapalhadamente simples, preso aos diálogos. Matheus deixa grosseiros rastros de sua vida no roteiro de maneira explícita e sem muita elegância para contar a história de Adriana, que decide abandonar a rotina e seu namorado, dando apenas uma hora para Antônio se despedir e de alguma forma desencadeia os motivos para a fuga de Adriana de uma maneira bem humorada e registrando o mundo dos jovens da zona sul carioca de uma forma tão particular e peculiar que pode distanciar quem não está familiarizado com os hábitos dos estudantes da PUC.

Fora os rastros deixados no roteiro, ele é pontuado por diálogos que Gregório Duvivier consegue tirar água de pedra, transformando a pretensão em gargalhadas, mesmo com todas as forçadas referências típicas de um diretor de cinema, o que soa forçado e pretensioso demais. Tais referências vão além dos diálogos e ficam mais claros com o andar do filme virando uma grande senilidade.

Podemos passear pela universidade com movimentos de câmera acertados. Seqüências coerentes e planos criativos acentuam as confusões na mente de Antônio. Infelizmente existem buracos bem claros tampados pela pós-produção, mas nessa altura Adriana e Antônio já nos conquistaram e isso não vira um grande problema.
Apenas o Fim é um filme de diálogos, dirigido por alguém que vive tal realidade e a identificação pode ser imediata ou com uma breve estranheza. Mostra uma geração com influência direta da TV e filmes e com bons e singelos momentos, mas tropeça por sonhar alto demais e parecer algo que poderia passar longe de ser.

★★
Apenas o Fim (Idem, Brasil 2008) de Matheus Souza

7 comentários:

  1. Só gente blé no elenco.

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  2. Não sou muito fã de cinema brasileiro, mas acho importante prestigiá-lo .Abraços .

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  3. Nem sabia desse filme aí, mas vejo que não perdi muito.

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  4. Filme muito bom! Simples e divertido! Não sei aonde soa pretensioso… Recomendo!!!

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  5. OláRealmente é mais uma aposta do cinema brasileiro. Viva a diversidade! Quero conferiaté =D

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  6. viva a diversidade, mas esse filme ta com cara de que não leva a lugar nenhum… vou no cinema conferir…

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  7. Thays disse:Acertou na mosca, hein? e crodnoco: “Um Walter Salles só no mundo já está bom.” rsrsrsss

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