DEIXA ELA ENTRAR


Numa época que vampiros estão em alta com o sucesso de Crepúsculo, a comparação imediata com o suéco Deixa Ela Entrar fica para trás em poucos minutos de filme. Não é para pouco. Contado de uma maneira mais introspectiva, mas não menos ágil, Tomas Alfredson consegue dosar com perfeição a ternura e o horror e ainda tem a técnica a seu favor, pois o filme é construído com a ajuda de Hoyte Van Hoytema, deixando o filme esteticamente perfeito com sua direção fotográfica.

Baseado no livro de John Ajvide Lindqvist e com o roteiro escrito pelo próprio, os recados políticos ou sociais ficam de fora. Temos aqui uma genuína trama vampiresca, envolvida num romance, sem aquela papagaiada que alavancou a carreira de Catherine Hardwick no fim do ano passado e consegue passar imune a todos os obstáculos criados por tramas deste gênero.

O que torna Deixa Ela Entrar mais envolvente é o fato de eliminar o suspense por total e deixar a narrativa mais próxima de um drama. Assim, nosso envolvimento com o menino Oskar, reprimido no colégio e solitário é contaminado pela ternura e assim também pela garota Eli, uma vampira que o dá a oportunidade de socializar e crescer. A trama de vingança seria a mais óbvia. Alfredson consegue inserir a vingança sem que ela se torne o prato principal deste roteiro.

Todo o clima soturno é imposto com sabedoria e sempre justificada. Deixa Ela Entrar é um filme que se preserva, não cai no gratuito e no apelo, o que seria algo perdoável. Mesmo assim, a narrativa é para nos envolver e descobrirmos os sentimentos dos personagens para atos posteriores e uma rápida reflexão.

 ★★★★
Deixa Ela Entrar (Låt Den Rätte Komma In, Suécia 2008) de Tomas Alfredson

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