EDEN LOG


Ao acordar num mundo desconhecido, um homem inicia um perturbador percurso que abre um leque de metáforas, analogias e também para o exercício de metalinguagem em Eden Log, do diretor Franck Vestiel, que visualmente entrega um filme claustrofóbico sem se preocupar em assustar seus espectadores pelo asco ou por sustos. A aposta de do diretor vai além e inova ao mostrar um homem buscando um recomeço, longe da soberania do mal.

Quando desperta sem saber como foi parar neste lugar, este homem, na escuridão, tenta achar uma saída e percebe que para sair deste lugar será necessário participar de um esquema onde a segurança e testes científicos são a priori. De forma cautelosa, Vestiel coloca um espelho diante do espectador para fazer seus alertas, seja para a destruição da natureza ou da xenofobia. A forma como é feita é discreta e acertada e não serve como a escada para nada na ação do longa, ao contrário do que M.Night Shyamalan fez em Fim dos Tempos. Vestiel ainda tem tempo para incluir, inovar e posicionar a religião no texto de seu filme, que sempre um segue um padrão em filmes deste gênero.

Mas a obra de Franck Vestiel não é feita apenas de acertos. Ela cai na redundância e na exaustão de suas apostas e na saturação de seu visual. O filme é predominantemente escuro. Quando uma nova luz se acende, o filme consegue respirar. Seja lá isto uma metáfora ou não, é cansativo de qualquer forma.

Como Darren Aronofsky em Fonte da Vida, o diretor procura o sentido do recomeço e da destruição, visto pela razão e pela emoção, principalmente pela urgência, pela necessidade da renovação de um mundo que fincou seus pés no egoísmo, na pressa e na falta de compaixão, Vestiel consegue construir seu longa como um desabafo, mas sem esquecer que está fazendo um filme de ficção por um segundo.

 
Eden Log (Idem, França, 2008) de Franck Vestiel

5 comentários:

  1. Então. Uma amiga minha ama esse filme e colocou Zohar Wexler entre os melhores atores do ano passado pelo filme OoNão vi, até pq nunca achei. Mas gostei do estilo e prometo me esforçar para achá-lo. Alguém – que não lembro – me disse que Vestiel tem uma "quase minissérie" em três episódios que é bastante legal. Chama-se Central Nuit. Vou ver se acho tb. =DAbs!

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  2. Desconheço esse trabalho, mas confesso que o cinema frances tem cada vez mais chamado minha atenção, anotada a dica.

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  3. Oi PedroMuito bacana o enredo. Fiquei curioso para conferir. Assim como o Cleber, eu tbém desconhecia esse filme. Pena que não vi nada parecido na minha Locadora.Abraços!

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  4. Nunca tinha ouvido falar antes neste filme, mas seu texto me deixou intrigada. Só não sei se será fácil encontrar a obra para conferí-la.

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  5. Outro filme que não vi, mas como sempre fica a sugestão…

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