Indie: O BARULHO NA CABEÇA




Laura, 30 anos, visivelmente em crise, apesar do sorriso no rosto e a postura de uma mulher vencedora. Para superar seu recém terminado relacionamento, ela convida Simon, um garoto de 18 anos que ela nunca tinha visto antes para morar com ela. Para superar a demissão no trabalho, coloca o garoto para trabalhar com seu ex-namorado.

A personagem vivida por Celine Bolomey leva ao pé da letra a frase “complicar para descomplicar”. Ela não parece se importar muito com as conseqüências de seus atos e eleva o drama em momentos apropriados para ficar na posição de vítima, principalmente quando o destino bate em sua porta. Para ela, sempre será mais uma chance de apoiar em alguém para sair de uma enrascada.

Esse tal “barulho na cabeça” nada mais é que frases não ditas ou gestos reprimidos com  moradia intensa na mente da protagonista. Seja na agência de emprego ou conversando com o tio de Simon, Laura mostra suas fraquezas, apenas para nós, voyeurs espectadores; para os três homens que ela calculadamente tem uma relação não definida, ela tem diversas posturas, mudando de comportamento de acordo com a ocasião.

A contemporaneidade da personagem de Bolomey é impressionante. Cada vez mais nos deixamos levar pela decisão de outras pessoas, sem confiar na nossa solução, mesmo que mais tarde, inconseqüentemente, atropelamos o “outro” para impor nossa vontade. É preciso enxergar a todos no mesmo patamar e com o mesmo respeito. Laura faz isso apenas quando é oportuno. A seqüência final do longa pontua isso de forma sensata. Toda a frieza de Laura, mesmo com todo esse “barulho”.


O Barulho na Cabeça(Du Bruit Dans La Tetê, França, 2008) Direção: Vincent Pluss

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