CORAÇÃO LOUCO

 

Adaptado do livro homônimo de Thomas Cobb, Coração Louco é um filme de detalhes, que apresenta seus conflitos de maneira clara, mas os desenvolve de forma abstrata. A coluna da trama é a frustração. Dela surgem diversos nichos sentimentais do tal coração de Bad Blake, um músico de pequeno porte na cena country, interpretado com maestria por Jeff Bridges.

Como um diário de turnê, o filme se assume como um road movie que enquanto registra a dança dos dias, também exibe a consciente autodestruição de Blake. A direção do estreante de Scott Cooper surpreende por ser minimalista. Cooper se limita até em usar elementos de cena justificáveis, uma sabia decisão para salientar a explosão sentimental em momentos decisivos para a trama.

Sem verborragias ou insinuações maiores, o filme de Cooper prefere mostrar como Blake mantém uma aparência tranqüila, mesmo que sua vida seja decadente. A incansável mente do músico é desconstruída com grande sensibilidade pelo o que existe em seu envolto.

A mente de Blake é explosiva, pois 57 anos se passaram e ele se vê sem um porto seguro. A incapacidade de lidar com suas frustrações deixou rastros pela vida do músico e de quem está por perto. O alarme havia tocado na sua casa, ou seja, na estrada. Nela, foram deixados sonhos, humilhações, a saúde e até um filho. Coração Louco também é sobre redenção; sobre dar alguns passos para trás e recomeçar.

Coração Louco  (Crazy Heart, EUA, 2009) de Scott Cooper

2 comentários:

  1. Pedro, tudo bom?

    vou tentar ver antes do domingo!

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  2. Crítica animadora. Até porque ultimamente tenho lido alguns bem em cima do muro.

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