ENTERRADO VIVO


Todo suspense insinuado nos créditos iniciais de Enterrado Vivo termina na trilha sonora de Victor Reyes inspirada em Alfred Hitchcock. O longa do espanhol Rodrigo Cortés é um original protesto contra a postura comodista do governo americano no período pós-guerra, que se importa em enaltecer suas glórias e manter a boa reputação ao invés de reconhecer seus erros e consertá-los.

O filme mostra os sufocantes momentos em que Paul Conroy, prestador de serviços da companhia CRT foi sequestrado por terroristas iraquianos e enterrado vivo. Dentro do caixão, estão alguns acessórios. Entre eles, um celular com pouco sinal e bateria acabando. Em busca de socorro, Conroy esbarra na burocracia americana para sair vivo desta armadilha.

O sufoco dá lugar a revolta, já que Conroy (Ryan Reynolds, sempre ótimo) acha um vilão superior aos iraquianos rapidamente. É justamente neste ponto que a trama ganha o espectador. Cobras, a falta de ar ou a areia que em algum momento dominaria o caixão ficam para segundo plano. Cortés tem um alvo e o acerta em cheio. Ou quase isso.

Infelizmente Cortés tropeça diversas vezes em sentimentalismos baratos, talvez com a intenção de amenizar o seu discurso. Já tecnicamente, Enterrado Vivo é claustrofóbico como a cartilha pede, com planos fechados e etc. Entretanto, deixa a sensação de que o diretor não explora por inteiro às possibilidades de se filmar em uma locação apenas.  Cortés prefere a licença poética para utilizar diversos movimentos de câmera que não caberiam filmar dentro de um caixão.

Enterrado Vivo (Buried, Espanha/Estados Unidos, 2010) de Rodrigo Cortés

Um comentário:

  1. Queria muito ver este no cinema, mas até agora nada por aqui. Já me disseram que é a direção que o enfraquece, muito amadora. Sua crítica me deixou com esta mesma sensação.

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