MEU PAÍS


Sufocante. Esta é uma boa palavra para definir Meu País, estreia de André Ristum em longas de ficção. Não só pela representação do fim de um sonho e seus desdobramentos, mas pelo excesso de planos fechados e super closes.

Marcos (Rodrigo Santoro) e Tiago (Cauã Raymond) são asfixiados pela câmera de Ristum. Com a morte do pai, eles se encontram após anos de separação e vivem diferentes formas de ostentação da riqueza que a vida os proporcionou. Sempre em planos fechados, os dois vivem realidades distorcidas – e bastante distintas. Na construção de personas e desenvolvimento destes conflitos, Ristum opta por seguir um caminho silencioso. Sua força está nos pequenos detalhes das cenas – o que possibilita diversas interpretações ao filme.

Manuela (Debora Falabella em ótima atuação) serve como estopim para os irmãos, uma espécie de porto seguro e bomba-relógio para a relação dos irmãos, que assumem a dormência nos sentimentos familiares e lutam cada um a sua maneira, pelo bom senso. A sensibilidade que Ristum explora as memórias e a montanha russa de emoções é impressionante. Seus personagens são vulneráveis a qualquer tipo de reação e a constante dúvida da postura de cada um deles é angustiante para o espectador. Tudo isso para um fim que na primeira impressão pode ser poético e livre, porém, guarda forças descomunais para continuar com a dúvida do espectador e a dor dos irmãos.

★★★★
Meu País (Idem, Brasil, 2011) de André Ristum

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