DESCOBRINDO O AMOR


Apesar do título de filme "acessível", Descobrindo o Amor nada mais é que um grande desafio em relação aos moldes narrativos do cinema americano. O filme de Whit Stillman (Metropolitan), selecionado para os festivais de Veneza e Toronto enfrenta convenções cinematográficas de maneira criativa: adota um gênero consagrado (comédia teenager) e nele constrói diversas armadilhas bem humoradas.

Através de um grupo de adolescentes amigas de quarto e que mantém o grupo de ajuda a alunos com pensamentos suicidas, Stillman, neste campo, subverte estruturas narrativas ao concentrar-se na verborragia para diluir conflitos e características de infinitos personagens. Caem os mitos e funcionalidades de um gênero.

Nele, vemos um filme em monocórdio – o que beneficia a fina ironia de Stillman em adotar outros gêneros como ferramenta crítica. O embate é direto com o público; O que ele consome? O que o edifica? Como gasta o seu tempo? Só não enxerga quem não quer – ou está ocupado sendo domesticado por mais um plano de grandes corporações.

Adotar a fórmula que mais angaria jovens para às salas de cinema, além de um grito contra dogmas e convenções, é a comprovação de Stillman em sintonia com a percepção contemporânea em usar o cinema como matéria-prima para seu discurso.

Descobrindo o Amor (Damsels in Distress, EUA, 2011) de Whit Stillman

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