Hotel Mekong (Apichatpong Weerasethakul, 2012)




Hotel Mekong é um filme particular e extremamente passional. Seu cunho contemplativo e diálogos supostamente soltos são construídos a partir de códigos facilmente captados para os familiarizados com o cinema de Apichatpong Weerasethakul, que exibe controle sobre a proposta de um filme que está muito mais para uma carta de amor que narrativa. 

Nos primeiros minutos de filme, vemos um personagem colocar uma camiseta escrita “Joe”. É o caminho a seguir. Não é por menos, afinal este é o nome por qual o diretor tailandês é conhecido no ocidente. A partir daí, Hotel Mekongse torna uma espécie de poema particular  dividido com o seu público cativo. A vida após a morte, espiritualidade e sexualidade, temas recorrentes nos filmes de Apichatpong ganham atenção, construídos por fatos sobrenaturais vividos no hotel que batiza o filme.

De frente para o rio Mekong, o olhar se torna objeto principal de discurso, onde a postura do diretor é tão harmoniosa ao acaso quanto à postura firme de quem sabe o que escolheu para viver. E neste caso, viver não é fugir do tempo e dos dias, como num jogo de gato e rato ou uma corrida de jet skis, Mekong, o hotel ou o rio, continuarão lá. E o espírito também. Alimente-o, sacie-o, viva-o.

Hotel Mekong (Mekong Hotel, Tailândia/Reino Unido, 2012) de Apichatpong Weerasethakul

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