Festival do Rio 2014 (Parte 2)

Comentários sobre filmes vistos no Festival do Rio 2014. Para conferir a primeira parte, com 24 filmes, clique aqui.

Pierrot Lunaire (Idem, Alemanha/Canadá, 2014) de Bruce LaBruce

Para adaptar a série de poemas de Albert Giraud, Bruce LaBruce volta aos tempos de Hustler White para abordar conflitos do universo gay com o tradicional bom humor e coragem para enfrentar moralismos. Esteticamente a maior referência é a série de curtas Fucking Different, muito próximos de um delírio e referentes aos video-clipes noventistas. Porém, o filme é preso às convenções do cinema mudo, portanto é criado um desafio de como LaBruce manterá seus vícios estilísticos dentro do gênero. O resultado é interessante.

Luneta do Tempo (Idem, Brasil, 2014) de Alceu Valença

Onírico, o filme cria caminhos para transformar em narrativa o elo de Lampião com o sertão através de outro extremo - a simplicidade de um conto de vingança de um típico western. Através do tempo, principalmente a partir do post-mortem de Lampião, Alceu Valença tenta de diversas formas reforçar o sentido que há muito do heroísmo e de arte como herança de Lampião e Luiz Gongaza. Curiosamente ela se torna coesa apenas na última sequência do filme. Até lá o que se vê é um emaranhado de tentativas - em boa parte sem elos - de reunir ideologia, narrativa e fantasia.  

Mr. Leos Carax (Mr. X, França, 2014) de Tessa Louise-Salomé

Breve panorama do trabalho de Carax como cineasta. De poucas imersões acerca das motivações e relações profissionais de Carax, o filme é curto (cerca de 70 minutos) e traz depoimentos superficiais de Juliette Binoche, Harmony Korine e Kiyoshi Kurosawa, deixando as longas análises para o alterego do diretor, o ator Denis Lavant. A metodologia de Tessa Louise-Salomé é o simples talking heads + imagens de arquivo.

Deserto Azul (Idem, Brasil, 2014) de Eder Santos

Na primeira camada de Deserto Azul se vê um número de possibilidades - principalmente emocionais e narrativas - quanto a um futuro próximo e seu desespero. Não demora para o filme se revelar como uma aposta de segmentar (e sustentar) tudo no aspecto visual - provavelmente o que há de melhor aqui. Fica a sensação de que se o filme não se levasse a sério, utilizando até mesmo o tradicional viés pessimista, Deserto Azul seria um bom filme político.

Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade (Idem, Brasil, 2014) de Daniel Aragão

Como uma espécie de sequência ao discurso iniciado em Boa Sorte, Meu Amor (2012), o filme de Daniel Aragão vai ainda mais fundo na questão do crescimento vertical de Recife, desta vez ao acompanhar a filha de um deputado pernambucano na busca pela reintregração social após um período em uma clínica de reabilitação. Como um paralelo de Um Lugar ao Sol de Gabriel Mascaro, este toma proporções de um filme de horror conforme as intenções de cada personagem se tornam mais claras. Aragão achou o elo entre o drama e a política e dele nasce o terror.

Metamorfoses (Métamorphoses, França, 2014) de Christophe Honoré

Honoré fora da zona de conforto. Um jogo interessante entre o sensorial e a associação para contar a relação de mitos greco-romanos com a vida e a morte baseado na série de poemas de Ovídio. Desta mesma relação Honoré encontra brechas para discutir princípios religiosos em metáforas e aproxima a visão para os dias de hoje. 

O Mundo de Kanako (Kawaki, Japão, 2014) de Tetsuya Nakashima

Nakashima volta quatro anos após Confessions e não decepciona. Seu novo filme é um objeto pra lá de estranho, que usa da mesma audácia de Walter Hill para confeccionar um filme de ação simplista, porém de artefatos que negam a submissão do espectador. O principal deles é montagem, que exige que o tempo seja volátil, assim como os personagens. De outro lado a forma que Nakashima filma, mais preocupado em fazer um filme ligeiro, embaraçoso, de muitos caminhos e que se insere em diversos gêneros conforme o tempo passa traz a real noção do que O Mundo de Kanako é com uma força descomunal.

Feriado (Idem, Equador, 2014) de Diego Araujo

Passar poucos dias longe da rotina é o bastante para fugir da realidade e encontrar verdadeiras motivações para seguir. No caso do jovem Juan Pablo é a oportunidade para se descobrir, enquanto o filme de Diego Araujo o utiliza para analisar um país em crise e que exibe brechas para corrupções à sombra da noite. Feriado tende à simplicidade, dando aos cortes a representatividade necessária para a carga dramática que a história exige.


Buring the Ex (Idem, EUA, 2014) de Joe Dante

O retorno de Joe Dante ao cinema se dá através de um plácido e divertido processo de listagem de referências e citações ao cinema de terror Entre ela, a maior das referências, uma história referente aos filmes da Troma e os filmes B setentistas, com bastante humor e claro, sangue. 

Party Girl (Idem, França, 2014) de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis 
Samuel Theis se revela um bom diretor de atores ao utilizar a própria família como elenco em um filme entregue às performances. O fio de história - uma senhora hostess de um cabaré que abandona sua profissão para viver na comodidade de um casamento não desejado - dá ao trio o limite da feitura de Party Girl: planos médios, o uso exacerbado da câmera na mão e a noção de rotina através da repetição de gestos. 

Festival do Rio 2014 (Parte 1)

Prestes a começar, o Festival do Rio traz cerca de 350 filmes este ano, incluindo retrospectivas de Roberto Rosselini, Michael Cimino e Hugo Carvana, além da cópia restaurada em 4K de O Massacre da Serra Elétrica. No Panorama Mundial estão os novos de Abel Ferrara, Sergei Lonitza, Richard Linklater, Frederick Wiseman, Eugène Green, Kim Ki-Duk, entre outros. Nomes como Sion Sono, Takashi Miike e Joe Dante também figuram  a lista de filmes do evento. Abaixo a primeira rodada de comentários sobre os filmes da programação do Festival.

Cold in July (Idem, EUA, 2014) de Jim Mickle

Mickle volta a flertar com o cinema noir, desta vez pelo pessimismo. Quando  mais se aproxima de um caso, pior ele fica. Desta forma, o filme toma outro viés, o de  conto moral por essência, no qual a paternidade é o pilar. Como Somos O que Somos, filme anterior de Mickle, a atmosfera é impactante, mas se esvazia pelo roteiro fragilizado.

Stations of the Cross (Idem, Kreuzweg, Alemanha, 2014)  de Dietrich Bruggemann

A releitura do caminho de Jesus até a cruz trazida para os dias de hoje espelha a morte sob os mesmos aspectos de 2014 anos atrás. O filme de Dietrich Bruggemann analisa com fluidez a sociedade como um plano maior enquanto exibe a religiosidade no qual Jesus combateu através de uma família católica fervorosa no qual Maria, uma jovem que decide sacrificar sua vida pelo bem do irmão, diminui a cada desejo adolescente. A escolha de Bruggemann de construir o filme em planos estáticos e com uso frequente da profundidade de campo sinaliza a ideia de um mundo perdido, frio e sem esperanças, perfeito para a redenção de Maria.

 Jornada ao Oeste (Xi You, França/Taiwan, 2014) de Tsai Ming-Liang

A suposta despedida de Tsai Ming-Liang do cinema se faz no desafio outrora iniciado em Walker (2012) e que atravessa os meandros de filmes como Adeus, Dragon Inn e Cães Errantes. Reinterpretar o espaço e o tempo dedicados à rotina apressada na construção de um filme de poucos planos, com a câmera estática, dedicada às (a)feições de um mundo em colapso.

Top Girl ou Deformação Profissional (Top Girl oder la déformation professionnelle, Alemanha, 2014) de Tatjana Turanskyj

Segunda parte da trilogia da mulher e trabalho, o filme de Tatjana Turanskyj parte de um extremo para dialogar com seu oposto, como se a câmera fosse um dispositivo em favor de ideologias antes mesmo da imagem. O longa registra a rotina nada monótona de uma prostituta que reluta contra sua condição de atriz fracassada e que precisa criar a filha e enfrentar a mãe. Em outro oposto, Turanskyj faz dela um criativo manifesto feminista, onde a mulher, mesmo com suas conquistas, ainda possui restrições quando o assunto é liberdade.

Stereo (Idem, Alemanha, 2014) de Maximilian Erlenwein

O debut diretorial de Maxilimian Erlenwein se resume a inibir a força de uma narrativa simples com uma teia conspiratória cosmetizada, onde o remorso é o pilar principal e seu grande tropeço. Tudo é demasiadamente calculado para a percepção do choque de cada sequência, sem senso de unidade.  

O Ciúme (La Jalousie, França, 2013) de Philippe Garrel

Garrel, ainda que em modo econômico - planos, tempos e abordagem -, consegue entregar um soco no estômago na sua interminável análise sobre o amor. Em O Ciúme Garrel parte da trivialidade para construir conflitos tão profundos que fazem deste um estado de espírito permanente. Trata-se de uma angústia silenciosa, maquiada por obrigações rotineiras que nos fazem seguir, mesmo que isso não signifique enfrentar nossos monstros.

Os Ausentes (Los Ausentes, Argentina, 2014) de Nicolás Pereda

A princípio o que se nota em Os Ausentes é que o filme desfruta da mesma intenção que Jornada ao Oeste, de Tsai Ming Liang: a interpretação de espaço e tempo através das locações e como elas impregnam a narrativa. Quando um homem está prestes a ser despejado por conta de mais um empreitada governamental, Nicolás Pereda afirma sua intenção de fazer um filme sensorial ao mandar o drama às favas e colocar seu personagem entregue à bebedeira em uma mesa de bar com um silencioso plano de vingança. 

 O Samurai (Der Samurai, Alemanha, 2014) de Till Kleinert

O que domina o filme de Till Kleinert é como o flerte com o cinema fantástico amplifica a espécie de "glória" que a narrativa carrega enquanto utiliza da caça de gato e rato entre um policial e a representação de vilão mais criativa dos últimos anos. Dinâmico como um thriller mais interessado em resultados, a força do filme está na subjetividade que o ambiente traz: tédio, passividade e claro, crimes.

National Gallery (Idem, França, 2014) de Frederick Wiseman

Wiseman segue sua peregrinação da rotina com um documento que subverte a relação homem-arte. Do processo de restauração das obras às discussões e planos para a Galeria Nacional de Londres e os passeios turísticos, Wiseman continua a esmiuçar os bastidores de um local que é dominado pelo imaginário de seus visitantes do mesmo modo dos recentes Crazy Horse e Em Berkeley. 


A Distancia (La Distancia, Espanha, 2014) de Sergio Caballero

Com a mesma estranheza de seu filme anterior Finisterrae, o filme de Caballero mescla o humor vindo do espanto e a percepção da metáfora da formação de uma ideia e o funcionamento do cérebro. A forma pessimista para um mundo sem divindades, apoiado no ego e cálculos matemáticos.


E Agora? Lembra-Me (Idem, Portugal, 2013) de Joaquim Pinto

Entre os filmes-carta de Jonas Mekas e a autoficção, Joaquim Pinto faz um filme que derruba limites e constrói uma espécie de relação com a vida tão abstrata e inalcançável quanto a cura que o diretor procura. 

Ida (Idem, Polônia, 2013) de Pawel Pawlikowski

Um simples e eficiente resgate de pilares de formas e filosofias cinematográficas; Pawlikowski faz uma espécie de antítese do cinema de Ozu com rostos e tetos em longos planos de câmera fixa e aborda o paralelo entre verdade e mentira novamente em oposição, desta vez à postura de Dreyer utilizando  guerra e religião como pêndulos para a vida e a morte.

Frank (Idem, EUA, 2014) de Lenny Abrahamson

Curioso como Frank tem seu clímax passado no Festival South by Southwest, epítome do cenário independente musical e cinematográfico americano. E Frank tem todos os meios utilizados pelas comédias independentes da última década. Esta espécie de "catalogação" de clichês tem ao redor um curioso desenho de persona e o alarde sobre a necessidade de aprovação em um mundo dominado por redes sociais.

La Sapienza (Idem, França, 2014) de Eugène Green

Os métodos são os que consagraram Green em filmes como A Religiosa Portuguesa e O Mundo dos Vivos. Em La Sapienza o diretor abaixa a cabeça do homem, destitui o conhecimento e esvazia a postura de dono do mundo apontando para a real sabedoria com a simplicidade que lhe é característica. Mais uma obra de força descomunal munida de articulações fabulosas.

Ela Perdeu o Controle (She´s Lost Control, EUA, 2014) de Anja Marquardt

O filme que nasceu de um projeto do Kickstarter e premiado em Berlim traduz o perigo que as relações modernas que confundem o lado pessoal com o profissional. O caminho utilizado por Anja Marquardt é o mais plausível para justificar um drama agridoce, de tempos espaçados e força dramática diluída em uma espécie de "esquetes" muito bem amarradas. 

 Blind (Idem, Noruega, 2014) de Eskil Vogt

O que faz com que Ingrid (Ellen Dorrit Petersen) busque a segurança de sua casa após ficar cega abrange as possibilidades de desenvolvimento do filme pela normatização. Ingrid cria sua realidade -  como espectadora e interceptora - ou seja, há um parâmetro muito simples composto por narrador e narrativa. A partir deste ponto, Eskil Vogt insere as questões que envolvem a cegueira ao reforçar o raciocínio que Ingrid possui as mesmas motivações para  compreender o mundo.

A Princesa da França (La Princesa de Francia, Argentina, 2014) de Matías Piñeiro

Ao observar atos do dia a dia como uma simples de aula de futebol, Piñeiro aponta para a força da coreografia. Deste polo, vai ao outro extremo, na adaptação de Shakespeare sem pontos de convergência entre drama e narrativa. Priorizando o elo entre diversos dispositivos de comunicação - exceto a televisão -, o filme se suporta graças a sua finalidade básica: imaginar as possibilidades a partir dos intervalos desta história. Aguçar a função de cada meio para a cultura geral em boa parte construídos por planos fechados.

Bem Perto de Buenos Aires (Historia del Miedo, Argentina, 2014) de Benjamín Naishtat

É comum que cinéfilos e críticos tenham o reflexo de catalogar e colocar filmes sobre um mesmo espectro ou nomeá-los como movimentos e ondas, mas é impossível não aglutinar Bem Perto de Buenos Aires a filmes sul-americanos recentes que analisam o aspecto social em gêneros cinematográficos. Não só pela ótica de um cinema colaborativo, mas o filme de Benjamín Naishtat utiliza a gangorra social como eixo principal de um verão severo, no qual o desespero desenha o encontro de classes. O terror é identificado sob um tom adormecido outrora utilizado em O Som ao Redor (Brasil) e O Dia Trouxe a Escuridão (Argentina), para citar alguns de seus contemporâneos. 

Eles Fugiram (He Ovat Paennet, Finlândia, 2013) de J.P. Valkeapää

A aposta de desenvolver o pensamento que a vida está na ilusão faz de Eles Fugiram um filme truncado, pois J.P Valkeapää o desenvolve sobre convencionalismos narrativos e esvazia a proposta inicial. O que se vê é um emaranhado de propostas seguidas por uma e outra sequência com certo impacto visual.

Gente de Bem (Gente de Bien, México/Colômbia, 2014) de Franco Lolli

Franco Lolli não foge da pauta que cerca o cinema mexicano nos últimos anos - o aspecto social -, porém o desenha da seguinte forma: primeiro a relação de pai e filho como corpos estranhos em uma realidade distinta. O pai se nega a ser contaminado, já o filho tenta aproveitar o que lhe é de direito. São muitos fantasmas, planos abertos e diálogos diagonais, referentes aos filmes seminais da nouvelle vague, em especial Os Incompreendidos, de Truffaut. Em outro extremo, Franco Lolli isola os personagens em planos fechados que refletem o sufoco que a situação que esta família passa.

Os Inimigos da Dor (Los Enemigos del Dolor, Uruguai/Brasil, 2014) de Arauco Hernández

De um lugar inóspito e apocalíptico que reverbera a aura dos filmes oitentistas de John Carpenter, o longa de Arauco Hernández aponta para um enganoso manifesto político no feitio dos contemporâneos O Deserto e O Dia Trouxe a Escuridão. O filme ultrapassa este discurso apoiado no cinema de gênero próximo ao ato final, quando analisa as formas de liberdade e revela as representações de cada personagem - os julgando a partir de males sociais. Até lá, Arauco disponibiliza apenas o caminho da submissão para o público em um filme entregue à atmosfera.

Cinco Estrelas (Five Star, EUA, 2014) de Keith Miller

A simplicidade de Keith Miller se repete, mas ao contrário de Welcome to Pine Hill (2012), este é centralizado em uma trama estritamente urbana, onde conflitos atuais servem de pilar para  tradicional "honestidade versus crime" na periferia nova iorquina sem grandes momentos . 

Canções do Norte (Songs from the North, EUA, 2014) de Soon-Mi Yoo

Em certo ponto de Canções do Norte a questão "Como é viver em um país que só conhece mitos?" vem à tona. Dela se faz os pilares do filme onde Soon-Mi Yoo utiliza imagens de arquivo da  TV norte-coreana e filmes (que se supõe a carga marginal por simplesmente existirem) enquanto desenha o contraponto em uma visita ao país, onde se vê a consequência de uma utopia regida por tragédias. Prêmio de filme de estreia em Locarno.

Coma Seus Mortos (Monge tes Morts, França, 2014) de Jean-Charles Hue

O filme de Jean-Charles Hue tem por início a missão de traçar algo semelhante a ideia do cinema slacker, que é a noção de que o mundo pertence ao personagem. Depois o filme toma um caminho diferente, onde cada rua de poeira e lama que protege um acampamento cigano - dominado por cristãos (!) - serve de caminho para a redenção de uma família que está prestes a morrer para um novo início.

Festival do Rio

Depois de algumas pílulas de divulgação saiu a primeira lista de filmes do Festival do Rio. Em breve posto a primeira leva de comentários sobre os filmes. 


Mostra Panorama

- Boyhood - Da infância à juventude (Boyhood), de  Richard Linklater
- Carvão Negro (Black Coal, Thin Ice), Diao Yinan
- Manglehorn (Manglehorn), de  David Gordon Green
- Garota exemplar (Gone Girl), de  David Fincher
- Timbuktu (Timbuktu), de  Abderrahmane Sissako
- Incompreendida (Misunderstood), de  Asia Argento
- O Amor É Estranho (Love is Strange), de  Ira Sachs
- Whiplash - Em busca da perfeição (Whiplash), de  Damien Chazelle
- Solness, o construtor (A Master Builder), de  Jonathan Demme
- Homens, mulheres e filhos (Men, Women & Children), de  Jason Reitman
- Três Corações (3 Hearts), de  Benoit Jacquot
- God Help the Girl (God Help the Girl), de  Stuart Murdoch
- O Ciúme (Jealousy), de  Philippe Garrel
- Massagem cega (Blind Massage), de  Lou Ye
- O Presidente (The President), de  Moshen Makhmalbaf
- Só Deus sabe (Heaven Knows What), de  Ben Safdie, Joshua Safdie
- Cavalo dinheiro (Horse Money), de  Pedro Costa
- Catedrais da cultura 3D (Cathedrals of Culture), de  Wim Wenders, Michael Glawogger, Michael Madsen, Robert Redford, Margreth Olin, Karim Aïnouz
- ‘71 (’71), de  Yann Demange
- Stations of the cross (Stations of the Cross), de  Dietrich Brüggemann
- Stratos (Stratos), de  Yannis Economides
- O juiz (The Judge), de  David Dobkin
- Ida (Ida), de  Pawel Pawlikowski
- Uma promessa (A Promise), de  Patrice Leconte
- Onírica (Field of Dogs), de  Lech Majewski
- Short Plays (Short Plays), de  Sebastián Cordero, Doris Dörrie, Vincent Gallo, Daniel Gruener, Luca Lucini, Carlos Moreno, Gaspar Noé, Carlos Reygadas, Apichatpong Weerasethakul, Ik-Joon Yang
- Mapa para as estrelas (Maps to the Stars), de  David Cronenberg
- Mommy (Mommy), de  Xavier Dolan
- Mr. Turner (Mr. Turner), de  Mike Leigh
- Jimmy’s Hall (Jimmy’s Hall), de  Ken Loach
- The Disappearance of Eleanor Rigby: Them (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them), de  Ned Benson
- Pessoas-pássaro (Bird People), de  Pascale Ferran
- O país de Charlie (Charlie’s Country), de  Rolf de Heer
- Fantasia (Fantasia), de  Chao Wang
- Frank (Frank), de  Lenny Abrahamson
- Coming Home (Coming Home), de  Zhang Yimou
- Maïdan: Protestos na Ucrânia (Maïdan), de  Sergei Loznitsa
- Bande de Filles (Girlhood), de  Céline Sciamma
- National Gallery (National Gallery), de  Frederick Wiseman
- Metamorfoses (Metamorphoses), de  Christophe Honoré
- O preço da glória (The Prince of Fame), de  Xavier Beauvois
- O cheiro da gente (The Smell of Us), de  Larry Clark
- Contos iranianos (Tales), de  Rakhshan Banietemad
- Aloft (Aloft), de  Claudia Llosa
- The Face of an Angel (The Face of an Angel), de  Michael Winterbottom
- Rio 50 graus (Rio 50 Degrees), de  Julien Temple
- Jornada ao Oeste (Journey to the West), de  Tsai Ming-Liang
- Falando com Deuses (Words with Gods), de  Warwick Thornton, Héctor Babenco, Mira Nair, Hideo Nakata, Amos Gitai,Álex de la Iglesia, Emir Kusturica, Bahman Ghobadi, Guillermo Arriaga
- A sapiência (La Sapience), de Eugène Green
- Corações famintos (Hungry Hearts), de  Saverio Costanzo
- Amnésia Vermelha (Red Amnesia), de  Wang Xiaoshuai
- Gomorrah (Gomorrah), de  Stefano Sollima
- Odisseia iraquiana (Iraqi Odyssey), de  Samir
- Vôo noturno (Night Flight), de  LeeSong Hee-il
- Dentre por dente (One on One), de  Kim Ki-duk
- The Humbling  (The Humbling), de  Barry Levinson
- Tsili (Tsili), de  Amos Gitai

Mostra Expectativa

- A distância (The Distance), de Sergio Caballero
- Ela perdeu o controle (She’s Lost Control), de Anja Marquardt
- O Seqüestro de Michel Houellebecq (The Kidnapping of Michel Houellebecq), de Guillaume Nicloux 
- Sonhos imperiais (Imperial Dreams), de Malik Vitthal
- Land Ho! (Land Ho!), de Martha Stephens, Aaron Katz
- Listen Up Philip (Listen Up Philip), de Alex Ross Perry
- Obvious Child (Obvious Child), de Gillian Robespierre
- Os mais jovens (Young Ones), de Jake Paltrow
- The Skeleton Twins (The Skeleton Twins), de Craig Johnson
- Pescando sem redes (Fishing Without Nets), de Cutter Hodierne
- Toda terça-feira (52 Tuesdays), de Sophie Hyde
- Na cadência do amor (Lilting), de Hong Khaou
- Algo a romper (Something Must Break), de Ester Martin Bergsmark
- Noivas (Brides), de Tinatin Kajrishvili
- Cinco Estrelas (Five Star), de Keith Miller
- Forma (Forma), de Ayumi Sakamoto
- Party Girl (Party Girl), de Marie Amachoukeli, Claire Burger, Samuel Theis
- Titli (Titli), de Kanu Behl
- Uma garota à porta (A Girl at My Door), de July Jung
- Xenia (Xenia), de Panos H. Koutras
- Ao Seu Lado (Next to Her), de Asaf Korman
- Coma seus mortos (Eat Your Bones), de Jean-Charles Hue
- Te peguei dormindo, Nicole (Tu Dors Nicole), de Stéphanie Lafleur
- Mais sombrio que a meia-noite (Darker Than Midnight), de Sebastiano Riso
- Canções do norte (Songs from the North), de Soon-Mi Yoo
- Os nossos meninos (The Dinner), de Ivano de Matteo
- Goob (The Goob), de Guy Myhill
- 10.000 Km (10.000 Km), de Carlos Marques-Marcet
- Brooklyn (Brooklyn), de Pascal Tessaud
- Sobrevivente (Alive), de Jungbum Park
- Blind (Blind), de Eskil Vogt

Mostra Midnight

- Kumiko, a caçadora de tesouros (Kumiko, the Treasure Hunter), de David Zellner (midnight)
- Um dia difícil (A Hard Day), de Kim Seong-hun (midnight)
- Patema invertida (Patema Inverted), de Yasuhiro Yoshiura (midnight)
- Gangues de Tóquio (Tokyo Tribe), de Sion Sono (midnight)
- Cold in July (Cold in July), de Jim Mickle (midnight)
- Burying the Ex (Burying the Ex), de Joe Dante (midnight)
- Por cima do seu cadáver (Over Your Dead Body), de Takashi Miike (midnight)

Mostra Midnight Docs

- Prop 8: O casamento gay em julgamento (The Case Against 8), de Ben Cotner, Ryan White (midnight docs)
- Espetáculo: O julgamento de Pamela Smart (Captivated, The Trials of Pamela Smart), de Jeremiah Zagar (midnight docs)
- O caso Galápagos - Quando Satã veio ao paraíso (The Galapagos Affair: Satan Came to Eden), de Dayna Goldfine, Dan Geller (midnight docs)
- Last Hijack (Last Hijack), de Tommy Pallotta, Femke Wolting (midnight docs)
- Muito além das patricinhas de Beverly Hills (Beyond Clueless), de Charlie Lyne (midnight docs)
- Exército vermelho (Red Army), de Gabe Polsky (midnight docs)

Mostra Midnight Terror

- Aleluia (Alleluia), de Fabrice Du Welz (midnight terror)
- Corrente do mal (It Follows), de David Robert Mitchell (midnight terror)
- Annabelle (Annabelle), de John Leonetti (midnight terror)
- Primavera (Spring), de Justin Benson, Aaron Moorhead (midnight terror)
- O ABC da morte 2 (ABCs of Death 2), de Vários (midnight terror)
- O Massacre da Serra Elétrica (Versão Original Restaurada) (The Texas Chainsaw Massacre), de Tobe Hooper (midnight terror)

Midnight Música

- Procurando Fela Kuti (Finding Fela), de Alex Gibney
- Nick Cave – 20.000 dias na Terra (20.000 Days on Earth), de Iain Forsyth, Jane Pollard
- Pulp - Vida, morte e supermercados (Pulp), de Florian Habicht
- Que caramba é a vida (Que Caramba es la Vida), de Doris Dörrie
- American Interior - A viagem de Gruff Rhys pela América (American Interior), de Gruff Rhys, Dylan Goch
- Björk: Biophilia Live (Björk: Biophilia Live), de Peter Strickland, Nick Fenton
- Beautiful Noise - A era shoegazer (Beautiful Noise), de Eric Green
- A Hard Day’s Night: Os reis do iê iê iê (Versão Restaurada) (A Hard Day’s Night), de Richard Lester
- Quando Björk conheceu David Attenborough (When Björk Met Attenborough), de Louise Hooper
- David Bowie Is (David Bowie Is), de Hamish Hamilton

Mostra Filme Doc 

- Life Itself - A vida de Roger Ebert ( Life Itself), de Steve James
- Mr Leos CaraX (Mr X), de Tessa Louise-Salomé
- Feliz por ser diferente (Happy to be Different), de Gianni Amelio
- Altman, um cineasta americano (Altman), de Ron Mann
- Estúdio Ghibli, reino de sonhos e loucura (The Kingdom of Dreams and Madness), de Mami Sunada
- Go-Go Boys: os bastidores da Cannon Films (The Go-Go Boys: The Inside Story of Cannon Films), de Hilla Medalia
- A Voz de Sokurov (The Voice of Sokurov), de Leena Kilpeläinen
- Remake, Remix, RipOff (Remake, Remix, RipOff), de Cem Kaya 

Mostra Itinerários Únicos 

- Martha Argerich - Meu sangue ( Bloody Daughter), de Stéphanie Argerich
- Nan Goldin - Lembro do seu rosto (Nan Goldin - I Remember Your Face), de Sabine Lidl
- Criado na internet: A história de Aaron Swartz (The Internet’s Own Boy), de Brian Knappenberger
- Sarah Lucas: escultora (About Sarah), de Elisa Miller
- O cidadão Himmler (The Decent One), de Vanessa Lapa
- Dior e eu (Dior and I), de Frédéric Tcheng
- Sobre Susan Sontag (Regarding Susan Sontag), de Nancy Kates
- O último produtor de teatro (The Last Impresario), de Gracie Otto
- Poesia precisa - A arquitetura de Lina Bo Bardi (Precise Poetry - Lina Bo Bardi’s Architecture), de Belinda Rukschcio
- Viagens noturnas com Jim Jarmusch (Travelling at Night with Jim Jarmusch), de Léa Rinaldi
- The New York Review of Books: Uma reflexão de 50 anos (The 50 Year Argument), de Martin Scorsese, David Tedeschi
- Microtopia (Microtopia), de Jesper Wachtmeister
- Domingo (Sunday), de Karim Ainouz

Mostra Fronteiras

- Um verão de liberdade ( Freedom Summer), de Stanley Nelson
- Vietnã: batendo em retirada (Last Days in Vietnam), de Rory Kennedy
- Nós, o gigante acordado (We Are the Giant), de Greg Barker
- Amigos, amigos, negócios à parte (We Come as Friends), de Hubert Sauper
- Câmera Escura: Os fotógrafos negros e a emergência de uma raça (Through A Lens Darkly: Black Photographers and the Emergence of a People), de Thomas Allen Harris
- A Primeira Baixa (First to Fall), de Rachel Beth Anderson
- Colocando a vida em jogo (The Supreme Price), de Joanna Lipper
- Água prateada, um autorretrato da Síria (Eau Argentee, Syrie autoportrait), de Ossama Mohammed, Wiam Simav Bedirxan
- Revolução ao contrário (Revolution in Reverse - Debito & Lavoro: il Nuovo Colonialismo), de Chiara Cavalazzi
- Suspiros das cidades (Hams al-mudam), de Kasim Abid

Mostra Geração

- Belle e Sebastian (Belle et Sébastien), de Nicolas Vanier
- Violeta ( Violet), de Bas Devos
- Maria e o Homem Aranha (María y el Araña), de María Victoria Menis
- Finn (Finn), de Frans Weisz
- Encantados (Encantados), de Tizuka Yamasaki
- Dixie e a revolução dos zumbis (Dixie y la Rebelión Zombi), de Ricardo Ramón, Beñat Beitia
- Primeiros amores (Amori Elementari), de Sergio Basso
- Desligando Charleen (Charleen macht Schluss ), de Mark Monheim

Foco México
- Manto aquífero (Manto Acuífero), de Michael Rowe
- Peixes insólitos (Los insólitos peces gato), de Claudia Sainte-Luce
- Güeros (Güeros), de Alonso Ruizpalacios
- Los Angeles (Los Ángeles), de Damian John Harper
- González (González), de Christian Díaz Pardo
- Os ausentes (Los ausentes), de Nicolás Pereda
- Asteróide (Asteroide), de Marcelo Tobar
- Cumes (Cumbres), de Gabriel Nuncio
- Somos Mari Pepa (Somos Mari Pepa), de Samuel Kishi Leopo
- Cantinflas (Cantinflas), de Sebastian del Amo
- A guerra de Manuela Jankovic (La Guerra de Manuela Jankovic), de Diana Cardozo
- Primaveras escuras (), de Ernesto Contreras
- As Horas Mortas (Las Horas Muertas), de Aaron FERNANDEZ
- Somos Mari Pepa (Somos Mari Pepa), de Samuel Kishi Leopo

Clássicos Mexicanos

- O Compadre Mendoza (El Compadre Mendoza), de Fernando de Fuentes
- Vamos com Pancho Villa! (¡Vámonos con Pancho Villa!), de Fernando de
Fuentes
- A Mulher do Porto  (La Mujer del Puerto), de Arcady Boytler
- Redes (Redes), de Fred Zinnemann, Emilio Gómez Muriel
- A Outra (La Otra), de Roberto Gavaldón

Première Latina

- Ar Livre (Aire Libre), de  Anahí Berneri
- Matar um homem (Matar a un hombre) de Alejandro Fernández Almendras
- A terceira margem (La Tercera orilla) de Celina Murga
- Bem Perto de Buenos Aires (Historia del miedo) de Benjamin Naishtat
- Feriado (Feriado) de Diego Araujo
- Mauro (Mauro) de Hernán Rosselli
- La Salada (La Salada) de Juan Martín Hsu
- As irmãs Quispe (Las niñas Quispe) de Sebastián Sepúlveda
- Gente de bem (Gente de bien) de Franco Lolli
- Mãos sujas (Manos sucias) de Josef Wladyka
- A princesa de França (La Princesa de Francia) de Matías Piñeiro
- Sétimo (Séptimo) de Patxi Amezcua
- Dois Disparos (Dos Disparos) de Martín Rejtman
- Os inimigos da dor (Los Enemigos del Dolor) de Arauco Hernández
- Los Hongos (Los Hongos) de Oscar Ruiz Navia
- O mistério da felicidade (El Misterio de la Felicidad) de Daniel Burman
- A voz em off (La Voz en Off) de Cristián Jiménez
- Lulu, de Luis Ortega

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