Olhos Grandes (Tim Burton, 2014)


Olhos Grandes pode parecer um filme simples de Tim Burton justamente por anular o lado fantástico e sombrio da trama - o que naturalmente se espera dele -, porém o filme é o mais pertinente do diretor nos últimos anos. Trata-se de um filme acessível, até farsesco, sobre questões muito específicas sobre quem vive, lida ou consome arte. Afinal, quem é o grande artista? Quem faz ou quem vende? Quando Tim Burton aborda o peso moral e ético sobre o comércio de obras de arte, Olhos Grandes se transforma, acima de tudo, em um filme extremamente corajoso por usar a contramão de suas questões principais. A composição do filme se faz em tom fabuloso, da trilha à fotografia, enquanto o discurso se mantém enraizado no pessimismo sem nunca explicitar o contraponto à fórmula. 

3 comentários:

  1. Compreendi a intenção de Tim Burton em conferir um tom farsesco à narrativa, mas não me parece que a história real (que é extraordinária de tão absurda) faz muito bem ao filme como um todo. Gosto muito do cineasta, mas acredito que "Olhos Grandes" seria melhor nas mãos de outro realizador.

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    1. Compreendo tua noção, Alex. Mas acho que é um bom momento para reverter todo "absurdo" das histórias contadas, deixando este apenas para os personagens - como Foxcatcher, por exemplo. Olhos Grandes é mais acessível e mais cínico, na minha opinião.

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